terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reflexão no salmo 90 (Exclusivo para o blog Ministério Geração de Davi)

INTRODUÇÃO:
“Parabéns pra você nesta data querida”. Essa é, talvez, uma das músicas mais conhecidas do mundo. Todas as vezes que escuto essa música sendo cantada para alguém, em virtude de sua nova idade, fico me perguntando: Parabéns por quê? Por ter completado mais um ano? Por ter permanecido vivo? Será mesmo que devemos felicitar alguém por isso? Será que dependeu dela permanecer viva por mais um ano? Acaso há poder no homem capaz de mantê-lo vivo sem o fornecimento do oxigênio de Deus? Pode o homem viver de forma autônoma? Palavra de Deus em Mateus 6:27, faz uma contundente pergunta: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?”. Não seria mais adequado as ações de graças a Deus, sendo Ele único autor e preservador da vida? Essas reflexões e tantas outras estão presentes no Salmo 90.

ELUCIDAÇÃO:

Um Salmo de natureza muitíssimo peculiar, porque é o único atribuído a Moises. Apesar de muito conhecido, poucas pessoas se apercebem de sua incomum autoria.

Moisés compôs esse Salmo no período de quarenta anos em que o povo andou errante pelo deserto. Muito provavelmente em um daqueles momentos de acintosa desobediência do povo. Segundo alguns estudiosos, o caminho do Egito à terra de Canaã poderia facilmente ser feito em seis meses. Mas, ao invés disso, durou quarenta longos anos. É bem verdade que a providência de Deus estava com eles. Mas a caminhada era difícil. As murmurações eram muitas.

Esse mix de certeza da possibilidade de um caminho mais curto, expectativa de chegada ao destino final e a demora nessa tão sonhada conquista, gerou no coração de Moisés sentimentos e reflexões muito profundas acerca do Ser de Deus e do próprio homem, fazendo-o pensar sobre:

TEMA: A Transitoriedade do homem e a Eternidade de Deus

ARGUMENTAÇÃO:

Ao refletir sobre esse assunto Moisés aprende - e nos ensina -, inspirado pelo Espírito Santo, lições importantíssimas:

1º) A primeira lição que Moisés aprende é sobre os benefícios de confiar no único Deus Eterno.

Essa lição deve ter trazido ao seu coração - e deve também trazer ao nosso - uma confortadora sensação de alívio e segurança. Nós não conhecemos nem mesmo o minuto seguinte da nossa própria vida. Isso nos assusta e nos trás medo. Moisés, naquela ocasião, sob intensa pressão, talvez, também tenha sentido medo. Pensamentos do tipo: “esse deserto não terá mais fim”? “Até quando” (Êxodo 90:13), certamente inundaram seu cansado coração.

O medo é produzido pelo desconhecido, pelo novo, pelo inesperado. Mas isso é próprio dos homens. Com Deus não é assim. Nada Lhe é desconhecido. Nada Lhe é novo. Nada foge ao seu controle. Moisés, então, repousa confiantemente no Senhor e fala inspiradamente sobre a essência de Seu ser, sobre sua Eternidade:

90.1 Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. 90.2 Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. 90.4 Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite.

Deus conhece o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro, pois Ele a tudo vê “de fora do tempo”. Sabe o começo e o fim de nossa história. Cada dia, cada minuto, cada instante. Às vezes não entendemos o que se nos está acontecendo. E, sinceramente, às vezes, também não gostamos; não gostamos nada!

Lembremos de José do Egito (Gêneses 37). Jovem temente a Deus. Curiosamente essa prerrogativa deveria, à nossa míope visão, nos assegurar, sempre, coisas boas. Mas não foi assim com José. Vendido como escravo pelos próprios irmãos, padeceu nas prisões fétidas do Egito. Ele não estava entendendo. Ele não estava gostando. Mas aprouve a Deus assim proceder para a preservação da vida - dele e de sua família, de onde descenderia o messias. Já pensou se José tivesse se desesperado? Assim como ele Moisés e nós, devemos confiar no Plano do Deus Eterno, que é sempre bom; que é sempre o melhor, para a sua própria Glória, objetivo nosso.

Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? (Mateus 6:25-26).

2ª) A segunda lição que Moisés aprende é sobre a loucura de um homem que, transitório e finito, insiste em não glorificar a Deus.

Em contrapartida à Eternidade de Deus, temos um homem finito, dependente – queira ele ou não – e que se lança a cada instante rumo ao desconhecido, tendo como certo, apenas, a morte. Acerca desse homem, diz Moisés:

90.3 Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. 90.5 Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada; 90.6 de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca. 90.7 Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. 90.8 Diante de ti puseste as nossas iniqüidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. 90.9 Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. 90.10 Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.

Moisés compreende perfeitamente quão louco é aquele que vive como se Deus não fosse Deus. Como se Deus não o conhecesse. Como se Deus não visse o que vê. “Nada Lhe é oculto”, como já dizia outro Salmista (Salmo 139).

O Espírito Santo, ao fazer-lhe refletir sobre a transitoriedade da vida do homem o faz compreender perfeitamente aquilo que seria registrado séculos depois:

Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mateus 10:28).

3º) Em terceiro e último lugar, Moisés aprende que a única maneira de não viver uma vida sem sentido é ter cada instante, cada minuto, cada momento de sua vida na presença do Senhor.

Quanto tempo perdido! Às vezes, com nossas atitudes, damos a impressão de preferir desertos á terra que mana leite e mel. Quanta murmuração, na verdade, contra o Senhor. Assim como o povo que Moisés conduzia, temos saudades das “Cebolas do Egito” (Números 11:5) das “panelas de carne [...] e do “pão a fartar!” (Êxodo 16:3) e, por isso mesmo, vagamos pelos desertos da vida e da desobediência, quando já poderíamos estar desfrutando da provisão bendita de Deus, do “leite e do mel” do Senhor.

Lembrai-vos e não vos esqueçais de que muito provocastes à ira o SENHOR, vosso Deus, no deserto; desde o dia em que saístes do Egito até que chegastes a este lugar, rebeldes fostes contra o SENHOR (Deuteronômios 9:7).

Nós, muitas vezes, atraímos o deserto para nossa própria angústia. Para muitos, o deserto é extremamente necessário. E, creia, ele é uma benção do Senhor, assim como o foi para Israel. Lá eles aprenderam a adorar a um único Deus. Lá eles aprenderam que melhor é andar nos caminhos do Senhor.

Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos (Deuteronômios 8:2).

E ainda:

Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem (Deuteronômios 8:16).

Caríssimos, não precisamos passar quarenta anos no deserto. Moisés roga ao Senhor, então, que nos ensine “a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmos 90:12). Em outras palavras ele está desejando cada instante, cada momento, na presença do Senhor, única forma de nutrir uma vida com um sentido verdadeiro. De forma que, ao fazer uma retrospectiva da vida, quanto mais tempo contabilizarmos “na presença do Senhor”, mais sábio será nosso coração, que nos conduzirá a uma vida ainda mais pujante na presença do Senhor.


CONCLUSÃO:

Conta-se que uma mulher perdera terrivelmente seu único filho. Ao receber a visita de seu pastor, que parara em sua frente, ela bordava e chorava ao mesmo, enquanto se lamentava contra Deus dizendo: “era meu único filho! Ele não tinha esse direito”. O pastor, imediatamente, disse àquela mulher: “que coisa horrível a senhora está bordando”, ao que respondeu surpreendida: “Não pastor, o senhor está vendo o bordado pelo lado errado”. O pastor de pronto a ensinou: “A senhora também está vendo o plano de Deus pelo lado errado”. Precisamos entrar em sintonia com o Projeto eterno do Deus Eterno e, quando não o entendermos ou ainda não gostarmos, assim devemos dizer com Jó: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! (Jó 1:21)

Por Fábio Correia do blog Filosofia calvinista

2 comentários:

  1. Tudo que acontece de bom em nossas vidas é porque o senhor Deus quer,as coisas ruins que traçam os nossos caminhos somos nós mesmos que procuramos,o Senhor Jesus disse eu sou o caminho a verdade e a vida ninguém irá ao pai a não ser por mim.Eu como pecador impuro que sou sei do meu passado e do meu presente,mas os proximos segundos de minha vida futura somente o Senhor Deus e que sabe.Religião nenhuma salva pecadores,pois neste mundo ainda tem muitos fariséus e doutores da lei, usando o sagrado nome do Senhor Deus pai filho e Espírito Santo,em troca de mordomias e poderes aquisitivos somente para sustentar as suas vidas materiais, exigindo o dizimo que foi abolido pelo filho do Senhor Deus.

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  2. Fui demitida injustamente depois de 18 anos numa empresa .Adorava trabalhar lá.Mas a chefia, as mulheres que me demitiram foram más e injustas.Como me explica isto?

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